domingo, 9 de julho de 2017

Com o Brasil rumo ao Mapa da Fome, revisitamos dez cartazes em defesa do golpe que se tornam a cada dia mais constrangedores



LUTA DE CLASSES ÀS ESCONDIDAS — No topo, promessas e delírios: até a volta do oligarca Sarney serviu quando o objetivo era derrubar Dilma; propagandeando seu próprio “idealismo”, a classe média tentou fazer os pobres acreditarem que o impeachment era bom para todos; abaixo, a obsessão com Cuba e com o “populismo” usada com o mesmo objetivo: tirar direitos dos de baixo, mesmo quando estava em jogo atendimento médico básico

Fome volta a assombrar famílias brasileir
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Relatório de entidades da sociedade civil que será levado à ONU alerta que Brasil pode voltar ao mapa da fome


POR DAIANE COSTA, em O Globo

No armário suspenso sobre a geladeira quase vazia, sacos de farinha de milho empilhados de uma lateral a outra são a única abundância no casebre onde moram três adultos e uma criança, no alto de um morro do bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.

— Estamos comendo angu a semana toda. Ganhamos de uma vizinha. Mas é melhor angu do que nada. Carne, não vemos há meses — lamenta Maria de Fátima Ferreira, de 61 anos, enquanto abre as portas do móvel, como se precisasse confirmar seu drama.

Três anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o que significa ter menos de 5% da população sem se alimentar o suficiente —, o velho fantasma volta a assombrar famílias como a de Maria de Fátima.

O alerta, endossado por especialistas ouvidos pelo GLOBO, é de relatório produzido por um grupo de mais de 40 entidades da sociedade civil, que monitora o cumprimento de um plano de ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os Estados-membros da ONU, a chamada Agenda 2030.

O documento será entregue às Nações Unidas na semana que vem, durante a reunião do Conselho Econômico e Social, em Nova York.

[…]

— Quando o país atingiu um índice de pleno emprego, na primeira metade desta década, mesmo os que estavam em situação de pobreza passaram a dispor de empregos formais ou informais, o que melhorou a capacidade de acesso aos alimentos. A exclusão de famílias do Bolsa Família, iniciada ano passado, e a redução do valor investido no Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), que compra do pequeno agricultor e distribui a hospitais, escolas públicas e presídios, são uma vergonha para um país que trilhava avanços que o colocava como referência em todo o mundo — afirma Francisco Menezes, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e consultor da ActionAid, que participaram da elaboração do relatório.

  















Viomundo

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