A fatura do boicote da então oposição ao governo da presidenda Dilma Rousseff está sendo pago pelo povo. A estratégia dos apoiadores do golpe, que apostaram no "quanto pior, melhor" - inclusive barrando a aprovação de matérias prioritárias para a gestão -, teve efeitos perversos no mercado de trabalho. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, em 2015, o Brasil perdeu 1,51 milhão de postos formais, pior resultado desde 1985.
Agência Brasil
Enquanto os adversários da presidenta Dilma faziam de tudo para desgastar o governo, o país foi lançado em uma paralisia, que atingiu, principalmente, o próprio Congresso. Este não só não aprovou integralmente as medidas propostas pela gestão para enfrentar a crise, como agravou a situação fiscal ao colocar em votação algumas "pautas-bomba", que oneravam ainda mais os cofres públicos.
“O que explica a profundidade [da crise] é a conjunção de crise econômica com crise política (...) Se certas medidas tivessem sido tomadas no início de 2015, teríamos uma crise econômica menor e dela teríamos saído mais rápido”, disse a própria Dilma, durante sua fala no processo de impeachment, no Senado. Por outro lado, pressionada, a presidente terminou por promover um ajuste que, ao invés de ter o efeito esperado, agravou ainda mais situação da economia.
O resultado é que, com o agravamento da recessão, o número de trabalhadores formais (com carteira assinada) caiu de 49,6 milhões no fim e 2014 para 48,1 milhões no fim do ano passado.
As demissões em massa e as contratações por salários mais baixos afetaram os rendimentos médios reais dos trabalhadores, que recuaram 2,56% em 2015 em relação a 2014. Em valores absolutos, a remuneração média individual caiu de R$ 2.725,28 em 2014 para R$ 2.655,60 em 2015.
Na comparação por setores da economia, apenas a agropecuária contratou mais do que demitiu no ano passado, tendo criado 20,9 mil vagas formais. Os demais setores registraram quedas, com destaque para indústria de transformação (-604,1 mil), construção civil (-393 mil) e comércio (-195,5 mil).
Entre as regiões, o Sudeste foi a que mais eliminou postos de trabalho, com 900,3 mil trabalhadores a menos. Em seguida, vêm o Nordeste (-233,6 mil) e o Sul (-217,2 mil). Apenas três estados acumularam aumento no número de empregos formais em 2015: Piauí (3 mil), Acre (2,8 mil) e Roraima (2,2 mil).
Em relação à faixa etária, o desemprego afetou principalmente os jovens. Na faixa de 18 a 24 anos, foram eliminados 673,4 mil postos de trabalho, contra 477,8 mil entre 25 e 29 anos, 233,9 mil de 30 a 39 anos, 172,1 mil de 40 a 49 anos, e 107,7 mil na faixa até 17 anos. Somente a categoria acima de 50 anos registrou ampliação de vagas: 154,4 mil.
Portal Vermelho, com Agência Brasil
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