Durante depoimento espontâneo, empresário afirmou ter repassado “ao PT e PSDB” a mesma quantia para campanhas, entregou documento com relação de doações e foi ignorado pelos promotores
O empresário Eike Batista compareceu espontaneamente à sede da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, no Paraná, para depor sobre fatos que pudessem auxiliar as investigações. Logo no início do depoimento, registrado no vídeo, o empresário afirma ter feito doações “privadas” a diversos políticos e se refere a quantias em igual valor ao PT e PSDB.
Ele ainda entrega aos promotores um documento que relacionaria todas as doações, inclusive a dos partidos citados. O promotor afirma que, se Eike quiser, isso poderia ser anexado na declaração. Mas, mesmo após a denúncia explícita feita pelo empresário, os promotores ignoram o fato e devolvem, aos 9 minutos do vídeo, o documento para a equipe de advogados.
Segundo a defesa do executivo, as doações foram feitas no espírito republicano e seu cliente sequer conhecia muitos dos que receberam os recursos. Um dos advogados cita, por exemplo, o senador Cristovam Buarque, do PPS, com quem Eike jamais teria se encontrado. Os advogados tentam retomar o assunto da lista de doações, mas são constantemente interrompidos pelos promotores ou assistem ao assunto ser desviado da conversa.
Na segunda gravação, já no fim do depoimento, por volta dos 25 minutos, o promotor pergunta se Eike gostaria de esclarecer mais alguma coisa e o advogado do empresário sugere, novamente, a prática de caixa dois, documentada na lista rejeitada pelos procuradores. “ Acho que podia esclarecer justamente, para que os senhores tenham uma noção do que que ele fez, das doações que ele fez, não só doações eleitorais (…) Não são só doações eleitorais, mas doações de cunho privado, entendeu?”, disse.
Revista Forum
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