quinta-feira, 31 de julho de 2014

Aécio reconhece uso de aeroporto e equívoco em não saber sobre homologação

Obra de quase R$ 14 milhões foi feita em área desapropriada de fazendo de tio-avô de tucano em Cláudio, interior de Minas

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, reconheceu que usou a pista de um aeroporto construído durante o segundo mandato de sua gestão (2003-2010) em área desapropriada de fazenda de seu tio-avô Múcio Toletino na cidade de Cláudio, interior de Minas Gerais. A obra do aeroporto de quase R$ 14 milhões, que foi concluída após a renúncia de Aécio para se candidatar ao Senado, em 2010, foi revelada pela Folha de S.Paulo em 20 de julho.

Em artigo publicado nesta quinta-feira (31) no jornal e compartilhado no Facebook e Twitter de sua campanha, o senador tucano de 54 anos afirmou que usou a pista "algumas poucas vezes, quando já não era mais governador do Estado". "Viajei em aeronaves de familiares, no caso a da família do empresário Gilberto Faria, com quem minha mãe foi casada por 25 anos", escreveu.

No artigo, Aécio repetiu diversas vezes que a obra é legal, mas reconheceu que foi um equívoco "não ter buscado a informação sobre o estágio do processo de homologação do aeródromo". A pista, localizada a 6 km da Fazenda da Mata de Aécio, só poderia ser usada por helicópteros, e não aviões, por não ter homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo a Folha, parentes do presidenciável controlam o acesso ao aeroporto.

A área onde o aeródromo foi construído foi desapropriada antes da obra, mas Tolentino ainda reivindica na Justiça R$ 9 milhões contra o R$ 1 milhão oferecido pelo Estado como indenização. De acordo com o jornal, o pagamento depende de uma ação civil em que o Ministério Público pede que o tio-avô do tucano devolva recursos usados na década de 80 pelo governo de seu cunhado Tancredo Neves, avô de Aécio, para construir uma pista de terra que antecedeu ao aeroporto na fazenda.

O artigo foi publicado um dia depois de Aécio ter concedido ao Estado de S.Paulo uma entrevista em que pela primeira vez reconheceu o uso do aeroporto.

No texto publicado nesta quinta, o senador tucano aponta que o Ministério Público de Minas já atestou que não há qualquer irregularidade na obra. Lembrando de sua construção em 1983, o presidenciável afirma que a pista precária, que "vem sendo usada por moradores e empresários da região", foi transformada em um aeródromo público com as obras adotadas durante sua gestão. Para o tucano, a obra foi necessária do ponto de vista econômico.


iG São Paulo

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