sexta-feira, 14 de julho de 2017

Caminho aberto para a barbárie: Senado abre consulta sobre liberação de arma na zona rural

Mesmo com escalada da violência no campo, e após três massacres, senador Wilder Morais (PP-GO) apresenta lei para facilitar posse de armas

Por Cauê Ameni, no De Olho Nos Ruralistas



Com três grandes chacinas e um total de 48 mortos no campo, o ano de 2017 está entrando para história como um dos mais sangrentos desde a redemocratização. Mesmo com esse cenário, o senador Wilder Morais (PP-GO) propôs o PL 224/2017, que autoriza a posse de arma em zonas rurais. A proposta está aberta para votação por meio do portal e-Cidadania do Senado e já conta com 5.233 votos a favor e 511 contra.

Morais ficou conhecido em fevereiro por ser o dono de um barco-boate, uma chalana chamada Champagne, onde ele e outros senadores receberam Alexandre de Moraes, então ministro da Justiça, que buscava apoio político para ser confirmado como ministro do Superior Tribunal Federal (STF).  

Repórter Brasil / Reprodução

Segundo o projeto, terão direito à posse de arma pessoas maiores de 21 anos que satisfaçam as exigências do Estatuto do Desarmamento. Atualmente, o porte é permitido para maiores de 25 anos que comprovem morar em zona rural e a necessidade de arma para caça. O objetivo do projeto é permitir a posse de arma – e não o porte – apenas pelo fato de residirem em área rural, independente da necessidade de garantir a subsistência alimentar.

Morais disse que o morador do campo “encontra-se desassistido pelas forças de segurança em tempo hábil para preservar a sua integridade física e moral, o que demanda a atuação do Estado no sentido de assegurar seu direito à autodefesa”.

O último grande massacre no campo no Brasil, no município de Pau d’Arco, no sudeste do Pará, foi realizado exatamente pela policia, no dia 24 de maio. Deixou dez camponeses mortos durante reintegração de posse em ocupação na Fazenda Santa Lúcia.
Armas apreendidas pela polícia após chacina ocorrida em fazenda do Pará (Ascom/PC/Divulgação)

Em delação premiada, dois policias civis confessaram que a intenção dos policias militares era matar todos os camponeses. Segundo o promotor Alfredo Amorim, os policiais foram intimados a aderir ao crime ou poderiam se tornar vítimas também. Com o avanço das investigações, a Justiça determinou a prisão de 13 policiais envolvidos na operação.



Leia a matéria completa no De Olho nos Ruralistas.
Foto: Mais RO

Revista Forum

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