Fidel Castro: Está na hora do dever

Nosso país não tardou um minuto em dar resposta aos organismos internacionais ante o pedido de apoio para a luta contra a brutal epidemia desatada na África Ocidental.
Por Fidel Castro
Roberto Chile  Emblemática gorra militar verde oliva que usava Fidel Castro e, ao fundo, a estrela da bandeira cubana. A foto faz parte de uma exposição em homenagem aos 88 anos do comandante cubano.

É o que sempre temos feito sem excluir ninguém. O governo já tinha dado as instruções pertinentes para mobilizar com urgência e reforçar o pessoal médico que prestava seus serviços nessa região do continente africano. Ao pedido das Nações Unidas também se deu resposta rápida, como sempre temos feito ante uma solicitação de cooperação.


Qualquer pessoa consciente sabe que as decisões políticas que implicam riscos para o pessoal, altamente qualificado, também implicam um alto nível de responsabilidade por parte de quem os exortam a cumprir uma perigosa tarefa. Inclusive é muito mais difícil que a de enviar soldados a combater e inclusive morrer por uma causa política justa, os quais também sempre o fizeram como um dever.

O pessoal médico que vai a qualquer ponto para salvar vidas, ainda a risco de perder a sua, é o maior exemplo de solidariedade que pode oferecer o ser humano, sobretudo quando o faz sem nenhum interesse material. Seus familiares mais próximos também contribuem para tal missão com uma parte do mais querido e admirado por eles. Um país curtido por longos anos de heróica luta pode compreender bem o que aqui se expressa.

Todos compreendemos que ao cumprir esta tarefa com o máximo de preparação e eficiência, estaremos protegendo nosso povo e os povos irmãos do Caribe e da América Latina, e evitando que se propague, pois infelizmente já apareceu e poderia estender-se nos Estados Unidos, que tantos vínculos pessoais e intercâmbios mantém com o resto do mundo. Com muito gosto cooperaremos com o pessoal norte-americano nessa tarefa, e não em busca da paz entre os dois Estados que têm sido adversários durante tantos anos mas sim, em qualquer caso, pela paz para o mundo, um objetivo que pode e deve tentar-se.

Segunda-feira (20), a pedido de vários países da área, terá lugar uma reunião em Havana com a participação de importantes autoridades dos mesmos que têm expressado a necessidade de dar os passos pertinentes para impedir a propagação da epidemia e combatê-la de forma rápida e eficiente.

Os caribenhos e latino-americanos estaremos enviando também uma mensagem de alento e de luta aos demais povos do mundo.

Está na hora do dever.


Fidel Castro
Artigo publicado e traduzido pelo jornal Granma no dia 18 de outubro de 2014