segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Estado Islâmico avança na Síria e toma mais de cem povoados curdos no norte do país

Número de refugiados na Turquia pela ação do EI ultrapassa 100 mil, maioria são mulheres e crianças, segundo relatório da ONU


O grupo Estado Islâmico (EI) tomou mais de cem povoados de maioria curda nos arredores da cidade de Kobani, na província de Aleppo, no norte da Síria, como afirmou nesta segunda-feira (22/09) um líder curdo à Agência Efe. Grupo voltou a ameaçar países que integram a aliança proposta pelos Estados Unidos para combater os jihadistas.
Agência Efe

Refugiados sírios cruzam a fronteira para a Turquia


O presidente do Organismo Autônomo de Defesa e Proteção de Kobani, Esmat Sheij Hasan, afirmou que os radicais conseguiram avançar e estão a cerca de 12 quilômetros da cidade.


A ofensiva do EI contra a região, um dos principais redutos curdos da Síria, começou na terça-feira passada (16/09) e provocou a fuga de mais de 100 mil cidadãos curdos para a Turquia, segundo números divulgados hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que 200 mil pessoas fugiram de Kobani em apenas quatro dias, devido ao avanço do EI. Trata-se do maior deslocamento desde o começo do conflito sírio em 2011, afirmou o grupo baseado em Londres.


Hasan disse que hoje estão ocorrendo choques intensos entre o EI e as Unidades de Proteção do Povo Curdo em áreas ao leste, sul e oeste de Kobani.

O líder revelou que os radicais islâmicos empregam armas pesadas e tanques na ofensiva, e solicitou ajuda da comunidade internacional para evitar um "massacre".


Por sua vez, os jihadistas, em uma mensagem divulgada pela internet, voltaram a ameaçar os países ocidentais. “Se você pode matar um infiel norte-americano ou europeu, especialmente ao vingativo e sujo francês, ou um australiano ou um canadense, ou quaisquer dos infiéis que travam a guerra, incluídos os cidadãos dos países que entraram na coalizão contra o EI, então você confia em Alá e os mate de qualquer maneira”, disse o porta-voz do grupo, Abu Mohamed al Adnani.

Dentro de Kobani, a situação humanitária é grave porque a população está sem alimentos e água, alertou Hasan.

O EI proclamou um califado no Iraque e na Síria em 29 de junho nos territórios da Síria e do Iraque sob seu domínio. Os curdos estão demonstrando uma forte resistência ao avanço dos extremistas sunita tanto no território sírio como iraquiano.

Os curdos sírios se concentram principalmente na província de Al Hasaka e nas regiões de Afrin e Kobani, também conhecida como Ain Arab, assim como em Aleppo, e representam 9% da população do país.

Refugiados

"O governo turco confirmou que o número de curdos sírios já atingiu os 100 mil ", afirmou Melissa Fleming, porta-voz do Acnur. A maior parte é de mulheres e crianças que chegam à província turca de Sanliurfa.

Ancara, no entanto, disse que os recém chegados já superam os 130 mil. O encarregado de dar os números foi o vice-primeiro-ministro da Turquia, Numan Kurtulmus, que disse que seu país se prepara para a chegada de mais refugiados curdos, já que cerca de 450 mil pessoas vivem na região ao redor da cidade de Kobani.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, por sua vez, afirmou que os guardas da fronteira da Turquia estão atrasando o processo de entrada dessas pessoas obrigando-as a esperar durante horas até que se permita o acesso ao país.


Opera Mundi
Com Agência Efe

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