"Precisamos de tempo para construir o nosso Exército de segurança e desenvolver nossas habilidades para dirigir o país", diz vice-presidente
Uma balsa grega foi contratada de última hora para servir de alojamento para o Parlamento da Líbia, que fugiu da guerra civil na capital do país até a cidade de Tobruk, na fronteira com o Egito, reportou o The Guardian nesta terça-feira (09/09).
Nos últimos dias, milícias islâmicas tomaram Trípoli e grande parte de Benghazi, a segunda maior cidade do país. Derna, próxima da costa, também foi declarada um califado. Nessas circunstâncias, o pequeno porto de Tobruk é o reduto que abriga o que resta do poder soberano da Líbia.
Efe
Coluna de fumaça é vista em Trípoli, nas redondezas do aeroporto internacional da capital líbia
"Tivemos apenas três dias para preparar tudo em Tobruk, para encontrar espaços para reuniões, lugares para ficar, internet, tudo", afirmou o Muftah Othman, chefe da comissão eleitoral da cidade. "Se não houver um navio, onde você vai ficar?", questiona ao Guardian.
De acordo com o jornal inglês, o clima a bordo é sombrio. Crianças dos parlamentares que fugiram com a família brincam nos corredores, enquanto grupos de funcionários e mulheres em xales se aglomeram em torno de mesas, onde são servidos lanches pela tripulação grega.
"Não é [uma situação] comum, mas os líbios são muito educados", diz um mordomo. “Estamos aqui há uma semana, talvez a gente fique meses, mas não sabemos".
O governo da Líbia não conseguiu elaborar um Exército profissional capaz de se impor e de integrar os grupos armados que se desenvolveram em 2011, com a queda do líder Muamar Kadafi. Tal incapacidade facilitou uma autonomia dessas brigadas, que cada vez mais desafiam as autoridades centrais em transição. Teme-se, com isso, que a instabilidade do país resulte em uma guerra civil.
"Precisamos de tempo para construir o nosso Exército de segurança e desenvolver nossas habilidades para dirigir o país", afirmou o vice-presidente do Parlamento, Mohammed Ali Shuhaib.
A instabilidade do país gerou a evacuação de diversas embaixadas em Trípoli. Entre os que fecharam a representação diplomática na Líbia estão o Brasil, os Estados Unidos, a ONU (Organização das Nações Unidas), a delegação da UE (União Europeia), a Espanha e a Turquia.
Carlos Latuff/ Opera Mundi
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