O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou nesta quinta-feira
(20) que o processo jurídico para a adesão plena da Crimeia e de
Sebastópol como novos sujeitos territoriais da Federação da Rússia será
completado esta semana.
O acordo sobre a adesão da República da Crimeia e da cidade de
Sebastópol, agora com status federal, recebeu ontem o beneplácito do
Tribunal Constitucional da Rússia, como requisito indispensável de
legitimidade, antes de ser ratificado por ambas câmaras do parlamento.
Neste momento, são implementados passos práticos em cumprimento do
acordo interestatal, por isso o processo de incorporação plena da
Crimeia e da Sebastópol concluirá nesta mesma semana, declarou Lavrov a
meios da imprensa do país.
Acrescentou que a Rússia pedirá que os países onde residem compatriotas russos respeitem seus direitos e liberdades.
O tratado de adesão desses territórios como novos sujeitos da Federação
da Rússia foi assinado na última terça-feira em uma cerimônia no Kremlin
pelo presidente Vladimir Putin e pelos líderes crimeianos Vladimir
Konstantinov, presidente do parlamento, o premiê Serguei Aksionov e o
prefeito de Sebastópol, Alexéi Tchali.
Putin também entregou ao Parlamento a lei federal que sustenta o
processo de unificação da Crimeia e de Sebastópol como sujeitos
territoriais, em um processo de transição concebido para até 1 de
janeiro de 2015.
Na Ucrânia, o autointitulado presidente da Suprema Rada ucraniana
(Parlamento unicameral), Alexander Turtchinov, apresentou nesta quinta
um projeto de declaração que denominou de guerra pela libertação da
Ucrânia, referente à unificação da península da Crimeia à Rússia por
vontade popular.
O texto convoca a Rada a chamar a comunidade internacional a se abster
de reconhecer a República da Crimeia, como Estado soberano independente,
em virtude da declaração de 14 de março feita por esse território, e
solicita uma condenação mundial ao que em Kiev e no Ocidente chamam de
"anexação" da Crimeia e de Sebastópol à Federação Russa.
Na jornada desta quinta, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
descartou uma intervenção militar de seu país na crise da Ucrânia,
comunicou o canal de televisão NBC.
"Não vamos realizar uma expedição militar na Ucrânia. Inclusive os
ucranianos reconhecem que enfrentar militarmente a Rússia não seria
apropriado para nós e também não seria bom para a Ucrânia", disse Obama
ao NBC em San Diego, Califórnia.
Por sua vez, na Crimeia, o chefe da Marinha ucraniana, contra-almirante
Serguei Gaiduk, foi libertado nesta quinta pelas autoridades junto a
outros sete prisioneiros, em resposta a um pedido do ministro de Defesa
da Rússia, general de Exército Serguei Choigu.
Gaiduk foi acusado e preso na terça-feira (18) para ser interrogado
sobre supostas ordens de disparar contra a população civil da Crimeia e
de Sebastópol quando tentavam ocupar os quartéis.
Enquanto isso, o sociólogo russo Leonid Savin afirmou em entrevista à
agência cubana Prensa Latina que o respaldo de quase 97% dos votantes à
reunificação da Rússia e da Crimeia no referendo realizado recentemente
significa que os tártaros peninsulares também apoiaram essa opção.
Fonte: Prensa Latina
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