quinta-feira, 26 de maio de 2011

Trípoli vive dia de bombardeios pesados pela Otan

Caças-bombardeiros da Otan agrediram novamente nesta quarta-feira (25) a capital da Líbia, Trípoli, em uma série de ataques, tornados mais intensos na área de Bab Al-Aziziyah, onde supostamente mora o presidente do país, Muamar el-Kadafi.

Pelo terceiro dia consecutivo, as incursões aéreas do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) atingiram zonas civis do centro de Trípoli, assim como instalações que, de acordo com fontes militares do pacto ocidental, abrigariam centros de comando do governo.

A aviação das potências ocidentais havia lançado um potente ataque contra Bab Al-Aziziyah na noite e na madrugada anteriores, no que foi a continuação de uma nova ofensiva para acossar Kadafi, apesar de negativas dadas por porta-vozes de que o líder líbio seja alvo de suas bombas.

Pouco depois da meia-noite de terça-feira, foram ouvidos os aparelhos da Otan voando a pouca altura sobre Trípoli, e em seguida fortes explosões causadas pelo impacto de projéteis que, por sua vez, provocaram altas colunas de fogo e fumaça, em meio ao pânico da população civil.

Junto com as baterias antiaéreas e as sirenes dos carros do corpo de bombeiros e ambulâncias, foram ouvidas em vários bairros da cidade cerca de meia dúzia de explosões, durante pouco mais de meia hora. À diferença de terça, até o momento não foram reportadas novas vítimas do ataque.

A agressão da madrugada de segunda para terça havia deixado um saldo de três mortos e 150 feridos, todos civis, segundo o porta-voz do governo líbio, Moussa Ibrahim.

Desde a a semana passada a Otan tem intensificado suas ações letais contra a capital e as cidades de Sirte e Al-Khums, em cujos portos foram afundados oito barcos, supostamente militares, além de produzir danos a várias outras embarcações e instalações portuárias.

Enquanto prosseguem as escaramuças entre os amotinados, apoiados pelo pacto atlântico, contra o exército do país, no plano diplomático o oposicionista Conselho Nacional de Transição (CNT) obteve mais apoio estrangeiro, por parte de Estados Unidos e Jordânia.

O vice-secretário de Estado dos EUA, Jeffrey Feltman, entregou ao líder do CNT, Mustafa Abdel Jalil, uma carta do presidente Barack Obama na qual a chefia dos amotinados é convidada a abrir uma "representação diplomática" em Washington, embora o país ainda não a reconheça formalmente.

Por sua vez, o chanceler jordaniano, Nasser Jawdeh, afirmou que o reino hashemita valoriza o tal conselho como "representante legítimo" do povo líbio, e anunciou a iminente nomeação de um representante permanente em Bengazi, capital dos amotinados.

Cessar-fogo

A Líbia insistiu nesta quarta junto com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua exigência de que a Otan coloque um fim aos bombardeios.

A demanda foi reiterada pelo premiê líbio, Al Baghdadi Ali Al-Mahmoudi, durante uma conversa por telefone com o chefe das Nações Unidas, que visita a Etiópia.

O chefe de governo da Líbia expressou de novo a "mais profunda preocupação pela campanha de bombardeios da coalizão", explicou um porta-voz da ONU, em um comunicado que não menciona o pacto militar.

Porém, Ban Ki-moon reafirmou "a urgente necessidade de um cessar-fogo real e de negociações sérias para a transição rumo a um governo líbio que satisfaça as aspirações do povo líbio", de acordo com texto divulgado pelas Nações Unidas nesta quarta em Nova York.

Com informações da Prensa Latina

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