sexta-feira, 2 de junho de 2017

Grupos intervencionistas da OEA foram derrotados, diz chanceler da Venezuela sobre reunião

Reunião de chanceleres sobre o país realizada na quarta-feira (31/05) foi suspensa por falta de consenso sobre declaração final; 'Não houve consenso porque não conseguiram sustentar as mentiras contra a Venezuela', disse Delcy Rodríguez

A chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou nesta quinta-feira (01/06) que “grupos intervencionistas da OEA” (Organização dos Estados Americanos) foram “derrotados” na reunião realizada ontem na sede da entidade, em Washington, sobre o país.

A reunião de consulta de chanceleres sobre a Venezuela foi suspensa após um recesso de uma hora e meia na sessão plenária para tentar entrar em consenso sobre dois projetos de declaração apresentados.

“Não houve consenso porque não conseguiram sustentar as mentiras contra a Venezuela”, disse Rodríguez durante uma conferência de imprensa na Casa Amarela, sede do Ministério de Relações Exteriores venezuelano.

“Se lançaram contra nossa pátria desconhecendo as normas internacionais”, prosseguiu a chanceler, em referência à convocação da reunião apesar da oposição da Venezuela, que declarou no fim de abril que irá deixar a organização, mas participou da sessão desta quarta-feira (31/05).

Rodríguez também questionou as acusações de governos de direita da região contra Caracas “sem considerar as condições de seus países e povos”, e os convidou a um diálogo sobre a crise venezuelana. “Se de verdade são honestas suas intenções para a Venezuela – e permitam-me duvidar – há muitas formas de fazê-lo”, afirmou, acrescentando que essas formas não incluem a ingerência.

“Eles podem pedir à oposição que cesse a violência”, disse Rodríguez em referência aos atos violentos provocados por grupos opositores durante protestos antigoverno que já deixaram 60 mortos no país desde o fim de março.

Na sessão da OEA de ontem houve uma proposta de declaração liderada por Estados Unidos, México, Peru, Canadá e Panamá, que condenava a Assembleia Constituinte na Venezuela e era muito crítica com o governo de Nicolás Maduro, e uma apresentada pelos países da Comunidade do Caribe (Caricom), que não continha a maioria desses pontos.
Cancillería Venezuela

Delcy Rodríguez (centro), chanceler da Venezuela, durante conferência de imprensa nesta quinta-feira (01/06)

O texto do grupo impulsor da reunião pedia a Maduro "a cessação" da Assembleia Constituinte "na forma como está concebida atualmente", a liberdade dos presos "políticos" e um calendário eleitoral com observação internacional.

Além disso, solicitava a suspensão de "todo julgamento de civis por tribunais militares", o início de um novo processo de diálogo entre governo e oposição e "a cessação imediata dos atos de violência" que provenham "de qualquer das partes ".

Também exortava ao governo venezuelano que "busque assistência humanitária internacional" e se oferecia para criar "um grupo de apoio" para fornecer essa ajuda junto com os organismos especializados.

Por outro lado, os 14 países da Caricom apresentaram um projeto que não incluía a maioria das demandas do texto do outro grupo.

Os dois projetos coincidiam apenas em pedir a cessação da violência a todas as partes, um novo processo de diálogo entre governo e oposição, a criação de um grupo que o acompanhe e o convite à Venezuela para reconsiderar sua decisão de deixar a OEA.

Como nenhuma destas propostas alcançou consenso, ficou evidenciado que era impossível redigir na própria quarta-feira um texto que conseguisse os 23 votos necessários, ou seja, os dois terços dos 34 Estados representados - todos do hemisfério, exceto Cuba, que não faz parte da organização.


Opera Mundi
com Efe

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